A Vida e o Legado de Santrosa
Santrosa, nascida Gabriel Fiuza dos Santos há 26 anos, encantava tanto pela sua música quanto pelo seu ativismo. Crescendo em Sorriso, no estado de Mato Grosso, ela transformou a dor e desafios vividos em sua trajetória em uma voz poderosa pela igualdade e aceitação. Desde jovem, Santrosa se identificava com a música como um meio de expressar suas emoções e histórias. Suas apresentações não eram apenas consideradas shows, mas verdadeiros manifestos de coragem e autenticidade. Através de sua arte, ela inspirou muitos jovens da comunidade LGBTQ+ a aceitarem e amarem quem realmente são, independentemente das dificuldades impostas pela sociedade.
Além de sua carreira musical, Santrosa conquistou espaço na política local como suplente de vereadora. Sua atuação era marcada pela luta contra a discriminação e a busca por políticas públicas que oferecessem mais segurança à comunidade LGBTQ+. Sua candidatura, embora como suplente, já era uma vitória contra o preconceito enraizado na cultura local. Em um mundo onde a política ainda é um campo majoritariamente dominado por identidades cis-hétero normativas, a presença de Santrosa na política era vista como um símbolo de mudança e inclusão.
O Impacto da Transfobia na Sociedade
Infelizmente, o assassinato brutal de Santrosa traz à tona uma triste realidade vivida por milhares de pessoas trans no Brasil: a violência alimentada pelo preconceito. O país contabiliza números alarmantes de indivíduos trans assassinados a cada ano, refletindo uma cultura onde a intolerância ainda impera. A transfobia, um termo que se refere à aversão ou discriminação contra pessoas trans, é um elemento crítico nessa realidade. E, embora muito se tenha avançado em termos de direitos LGBTQ+, como o reconhecimento do nome social e a criminalização da homofobia equiparada ao racismo, ainda assim persistem muitos desafios.
Santrosa já havia relatado ameaças devido à sua identidade de gênero, um fato que infelizmente não é atípico para pessoas trans. As ameaças geralmente ganham forma nas redes sociais, no ambiente de trabalho e até mesmo nas ruas. A violência física, no entanto, sempre é a expressão mais trágica dessa discriminação. No caso de Santrosa, essas ameaças se concretizaram de modo horrendo, tirando-lhe a vida prematuramente e privando a sociedade de uma liderança promissora que ainda teria muito a oferecer.
O Caminho para a Justiça e Transformação
Após o assassinato, a resposta imediata foi de choque e luto, mas também de revolta. Manifestações pedindo justiça se espalharam pela cidade de Sorriso, com coletivos e organizações de direitos humanos exigindo das autoridades uma investigação cuidadosa e rigorosa. O apelo por respostas rápidas e ações efetivas ecoa não só no Mato Grosso, mas em todo o país. No entanto, até o momento da publicação deste artigo, ninguém foi preso em conexão com o crime.
A tragédia trouxe novamente à luz a necessidade urgente de políticas mais eficazes para proteger a comunidade trans no Brasil. Trata-se de desenvolver estratégias que não apenas punam as agressões, mas que também promovam uma sociedade mais justa e inclusiva. Campanhas de conscientização e educação são fundamentais para desmantelar estigmas e eliminar preconceitos no cotidiano. Ademais, oferecer suporte psicológico e social às vítimas e potenciais alvos de violência pode ajudar a construir um ambiente mais seguro para todas as expressões de gênero.
Reflexões Finais
A morte de Santrosa não deve ser em vão. Ela deve servir de combustível para uma revolução social que acolha e respeite todas as formas de identidade e orientação. Que seja um lembrete constante de que, pela memória daqueles como Santrosa, precisamos lutar incessantemente por um mundo onde o ódio não encontre guarida.
Que Santrosa seja lembrada não apenas como mais uma estatística em uma triste lista de mortes violentas, mas como uma ativista, uma artista e uma figura política comprometida em promover o amor e a aceitação. Seu legado persiste como um chamado à ação, um farol que ilumina o caminho para a justiça e a igualdade para todos, independentemente de quem amem ou como se identifiquem.
irisvan rocha
novembro 12, 2024 AT 10:25Outro trans assassinado. E daí? Quando é que isso vai parar? Todo mês tem um nome novo na lista. Ninguém faz nada de verdade, só posta no Instagram e esquece.
Até quando vamos tolerar isso?
Eu tô cansado de ver isso.
Roberto Compassi
novembro 13, 2024 AT 10:56Se ela não fosse tão ostentosa, não teria sido alvo.
Trans não é crime, mas chamar atenção é.
Esse é o problema real.
Jefersson Assis
novembro 13, 2024 AT 13:21Conforme dados do IBGE e do Mapa da Violência 2023, a taxa de homicídios de pessoas trans no Brasil é 4,7 vezes superior à média nacional, com 88% dos casos ocorrendo em contextos de violência doméstica ou por motivos de ódio. A ausência de políticas públicas eficazes de proteção, aliada à impunidade sistêmica, configura um genocídio institucionalizado, conforme definido pela ONU. A responsabilidade é coletiva e exige intervenção jurídica imediata, não apenas lamentos simbólicos.
É necessário, urgente, um protocolo de segurança para pessoas trans em todas as esferas administrativas.
Bruno Gomes
novembro 13, 2024 AT 22:01Eu conheci ela num festival de música em Cuiabá, só de olhar pra ela no palco, todo mundo parava.
Elas não só cantava, ela fazia o povo sentir. Ninguém saía dali igual.
Se tivesse mais gente assim, o Brasil tava mais humano.
Descansa em paz, Santrosa 💛
Narjaya Speed
novembro 14, 2024 AT 18:22Eu não consigo parar de pensar nela, na forma como ela falava sobre se aceitar, sobre como era difícil encontrar um lugar onde se sentisse segura, mesmo entre amigos... E agora, isso...
Eu me lembro de quando eu era jovem e achava que o mundo ia mudar, que as pessoas iam aprender, mas parece que cada vez mais a dor é silenciada, e o silêncio vira complicity.
Eu sinto tanto, não só por ela, mas por todas as que ainda vão virar estatística e ninguém vai lembrar o nome.
Eu não sei o que fazer, mas não posso ficar calada.
Sei que isso não muda nada, mas eu preciso dizer: eu vejo você, Santrosa.
Eu vejo você.
Eu te vejo.
Crislane Alves
novembro 15, 2024 AT 02:15É preciso reconhecer que a criminalização da transfobia, embora simbolicamente importante, não resolve a raiz do problema, que é a desestruturação da família nuclear e a deslegitimação dos valores tradicionais de gênero. A promoção de identidades não-binárias em ambientes escolares, sem o devido acompanhamento psicológico, fomenta uma confusão ontológica que, em última instância, expõe indivíduos vulneráveis a riscos existenciais. A solução não está na repressão, mas na reeducação moral e espiritual da sociedade.
É necessário um retorno aos princípios da ordem natural.
Jussara Cristina
novembro 16, 2024 AT 19:49Eu sei que é difícil, mas vocês não estão sozinhos ❤️
Se precisar de alguém pra conversar, eu tô aqui.
Seu nome não vai ser esquecido, Santrosa.
Você fez diferença, e eu vou continuar lutando por isso.
Te amo, irmã 🌈
jullyana pereira
novembro 18, 2024 AT 03:37Putz, mais um trans assassinado... 😔
Se ela não tivesse sido tão ‘exagerada’ com a roupa e o cabelo, talvez não tivesse acontecido...
Eu não sou transfóbica, mas... a gente tem que ser realista, né? 🤷♀️
Aliás, quem foi o assassino? Tá na TV?
Mari Lima
novembro 20, 2024 AT 02:26Essa é a consequência de deixar o PC se infiltrar em tudo!
Se eles não fossem tão ‘ativistas’, ninguém ia querer matar eles!
Brasil não é lugar pra isso, isso é cultura ocidental! 🇧🇷🔥
Quem defende isso é traidor da pátria!
Meu avô morreu na guerra, e agora isso? 😡
Leonardo Amaral
novembro 20, 2024 AT 10:32Se a gente não fizer nada, o próximo vai ser seu primo, sua irmã, seu vizinho.
Se a gente fizer algo, o que? Um post no Stories?
Parabéns, você é um herói do clicktivismo.
Enquanto isso, o assassino tá tomando cerveja e assistindo Netflix.
Essa é a realidade, gente.
É só mais um nome que a gente vai esquecer amanhã.
😂
luana vieira
novembro 21, 2024 AT 11:16A transição de gênero é um fenômeno psicológico, não biológico, e a exposição pública dessa identidade em espaços políticos e culturais é uma forma de manipulação emocional que desestabiliza a ordem social. A violência contra pessoas trans é, em grande parte, uma reação legítima à provocação cultural. A sociedade não está errada, está apenas reagindo a uma pressão que não foi prevista nem consensual.
Se você não quer ser alvo, não se torne alvo.
Renata Paiva
novembro 21, 2024 AT 16:41É lamentável, mas inevitável. A modernidade, em sua busca por desconstrução de identidades fixas, produz um vácuo existencial que a sociedade tradicional não está preparada para acolher. A figura de Santrosa, embora simbolicamente poderosa, representa um desafio epistemológico que exige mais do que retórica de direitos humanos - exige uma redefinição ontológica da própria noção de pessoa. A tragédia não é apenas a morte, mas a impossibilidade de diálogo entre mundos inconciliáveis.
Maria Eduarda Araújo
novembro 22, 2024 AT 18:41Se a vida é um caminho, então ela escolheu o mais difícil - e ainda assim, caminhou com a cabeça erguida.
Isso não é coragem, isso é amor. Amor por si, por outros, por algo maior que o medo.
Se vocês acham que isso é só política, então não entendem nada.
É sobre humanidade.
Ela morreu por ser quem era.
Quem é você, então?
Maria Vittória Leite Guedes Vargas
novembro 23, 2024 AT 17:04Isso é o que acontece quando você deixa o governo financiar ‘projetos de gênero’ em vez de investir em segurança pública.
Se tivesse mais polícia nas ruas, isso não acontecia.
Trans não é crime, mas ser visível demais é um erro.
Eu não odeio, só acho que eles deveriam ser mais discretos.
😂
Jean Paul Marinho
novembro 25, 2024 AT 15:56Outro caso. Mais um.
Quando é que isso vai acabar?
Eu não sei.
Meu Deus.
Leandro Viera
novembro 27, 2024 AT 06:14Se a sociedade não aceita, por que insistir? A luta por direitos é nobre, mas a realidade é que o mundo é feito de hierarquias naturais. A transgressão de papéis de gênero gera conflito - e conflito gera violência. A solução não é mais leis, é mais aceitação. Mas como aceitar o que vai contra a biologia? A ciência não apoia isso. E aí? O que fazemos?
Pedro Henrique
novembro 27, 2024 AT 16:33A vida é uma teia - e Santrosa era um fio brilhante, que, ao ser cortado, fez toda a estrutura tremer.
Seu canto não era só música, era um eco de resistência que reverbera em cada silêncio que escolhemos não quebrar.
Elas não morreu por ser trans - morreu porque o mundo ainda não aprendeu a ouvir.
Se eu puder, vou continuar ouvindo.
E se você puder, faça o mesmo.
Porque o silêncio, quando é coletivo, vira cúmplice.
judith livia
novembro 27, 2024 AT 19:45Essa história é a mesma de sempre: uma pessoa trans faz algo bonito, e o mundo responde com um tiro.
Eu já vi isso tantas vezes que dói até respirar.
Se você não tá furioso agora, você tá dormindo.
E dormir é a pior coisa que você pode fazer.
Levanta. Fala. Vai pra rua.
Se não fizer, você é parte do problema.
Se não fizer, você é o que mata.
ITALO LOPES
novembro 28, 2024 AT 12:12Eu não consigo dormir desde que li isso.
Eu só fico olhando pro teto e pensando: e se fosse eu?
E se fosse meu irmão?
E se fosse você?
Quem vai se importar quando for a sua vez?
Ninguém.
Porque ninguém se importa.
Até quando?