Quando Kevin Steven Serna Jaramillo, atacante do Fluminense Futebol Clube, recebeu uma proposta de R$50 milhões do Club Atlético Nacional S.A., o futebol sul‑americano ficou dividido entre surpresa e ceticismo.
A negociação, que começou em meados de setembro de 2024, envolve não só a diferença entre o valor anunciado e o preço original da transferência de julho – US$1,8 mi por 70 % dos direitos econômicos – mas também questões contratuais, regulamentos da FIFA e a situação de dupla nacionalidade de Serna.
Kevin Serna nasceu em 17 de dezembro de 1997 em Popayán, Cauca, Colômbia. Iniciou a carreira profissional no Sportivo Luqueño (Paraguai) em 2019, antes de passagens gratuitas por Club Deportivo Los Chankas (Peru) e Asociación Deportiva Tarma. Em 2023, firmou com Club Alianza Lima, onde chamou a atenção da diretoria do Fluminense.
Na temporada 2024, com 27 anos, Serna vestiu a camisa 26 do Fluminense, atuando como centroavante e, ocasionalmente, como ala invertida. Seu contrato vai até 31 de dezembro de 2027, com 70 % dos direitos econômicos pertencentes ao clube brasileiro.
O valor de R$50 mi anunciado corresponde a cerca de €8,5 mi, quase quatro vezes o maior preço já registrado em sites de transferências (que variam entre €1,0 mi e €2,6 mi). Fontes internas do Fluminense disseram que a proposta inclui uma cláusula de liberação de 30 % dos direitos, ainda detidos por investidores terceiros.
Segundo o diretor‑executivo do Fluminense, Roberto Gama, "a oferta é significativa, mas precisamos analisar o impacto no plano esportivo e financeiro a longo prazo". Já o presidente do Atlético Nacional, Luis Carlos Ortiz, declarou que "Kevin tem o perfil ideal para liderar o ataque da equipe e reforçar a campanha na Libertadores".
O contrato de Serna contém cláusula de rescisão de US$5 mi, equivalente a aproximadamente R$27 mi com a cotação de outubro de 2024. Assim, o valor proposto supera essa cláusula, o que poderia facilitar a liberação, mas ainda exige consenso dos detentores dos 30 % restantes.
No Rio de Janeiro, a torcida do Fluminense recebeu a notícia com mistura de entusiasmo e preocupação. Em um fórum de torcedores, um usuário escreveu: "Serna tem ajudado, mas se o Nacional quiser, podemos vender e investir em um meio‑campo mais forte".
Em Medellín, a pressão para trazer um colombiano de destaque ao elenco é ainda maior. O técnico da equipe, Jorge Luis Pinto, comentou em entrevista ao canal local: "Precisamos de um ponta‑goleiro que saiba adaptar-se rápido ao estilo de jogo colombiano. Kevin tem a experiência internacional necessária".
Especialistas em mercado de transferências apontam que o salto de preço pode refletir a valorização de jogadores sul‑americanos após a Copa do Mundo de 2022, quando clubes europeus aumentaram seus investimentos em talentos da CONMEBOL.
Se a transferência for concluída, o Fluminense receberá uma quantia que pode ser reinvestida em contratações estratégicas. Ao mesmo tempo, o jogador ainda não pode representar a seleção peruana até 2026 devido à exigência de cinco anos de residência após a naturalização, apesar de ter obtido a cidadania em janeiro de 2024.
Analistas da ESPN Brasil sugerem que, ao mudar para o Atlético Nacional, Serna aumentará sua visibilidade nas competições continental, o que poderia acelerar a convocação pela seleção peruana, caso a FIFA reveja a regra de elegibilidade.
O valor da proposta também destaca a tendência de clubes sul‑americanos usarem cláusulas de liberação para maximizar lucros, sobretudo quando o jogador tem contrato longo como o de Serna (2027).
Entretanto, a janela de transferências para clubes sul‑americanos fecha em 31 de dezembro de 2024, o que cria um prazo apertado para concluir todas as etapas.
Em 2023, o River Plate pagou US$12 mi por um atacante colombiano, valor que hoje parece modesto diante da proposta de R$50 mi. No mesmo período, o Santos negociou a saída de um meia argentino por €7 mi, demonstrando que clubes brasileiros ainda são “vendedores” de talentos lucrativos.
Comparando com o caso de Juan Fernando Quintero, que teve seu valor de mercado triplicado após duas temporadas no River Plate, é plausível que o desempenho de Serna no Fluminense tenha sido subvalorizado pelos avaliadores externos.
Assim, a proposta do Atlético Nacional pode ser vista tanto como um movimento de mercado quanto como uma aposta estratégica para garantir um atacante com experiência em três ligas sul‑americanas.
A proposta equivale a cerca de €8,5 mi, quase quatro vezes o valor máximo indicado em sites de transferências (entre €1,0 mi e €2,6 mi). O alto valor inclui, possivelmente, cláusulas de performance e a compra dos 30 % dos direitos ainda detidos por terceiros.
A cláusula de rescisão fixa em US$5 mi (cerca de R$27 mi) permite ao Atlético Nacional encerrar o contrato sem precisar pagar a multa total. Como a proposta supera esse valor, a liberação pode ser negociada mais rapidamente, mas ainda depende da concordância dos detentores dos 30 % restantes.
Ele já possui a cidadania peruana desde janeiro de 2024, mas as regras da FIFA exigem cinco anos de residência após a mudança de nacionalidade. Portanto, só poderá representar o Peru a partir de 2026, salvo alterações nas normas da entidade.
Receber R$50 mi reforçaria o balanço do clube, possibilitando investimentos em áreas estratégicas como reforços de meio‑campo e modernização da estrutura de base. Contudo, o clube perde um atacante que já se adaptou ao estilo do futebol brasileiro.
Se todas as partes chegarem a acordo ainda neste mês, a FIFA deverá validar a movimentação antes do fechamento da janela, em 31 de dezembro de 2024. Uma data provável para o anúncio oficial seria entre meados e final de novembro.
Andressa Cristina
outubro 10, 2025 AT 22:43R$50 mi? Só falta o volante achar o caminho! 😆