Furia conquista segundo título da Kings League Brasil ao vencer G3X nos shootouts

A Furia FC, time presidido por Neymar Jr. e Cris Guedes, levantou o troféu da segunda edição da Kings League Brasil na noite desta sexta-feira, 14 de novembro de 2025, após derrotar o G3X FC por 3 a 1 nos shootouts, no final de uma final emocionante na Trident Arena, em Guarulhos. O empate por 4 a 4 no tempo regulamentar não foi suficiente para desempatar as equipes — e foi aí que o goleiro Victão, da Furia, se transformou em lenda: três defesas decisivas, em um desempenho que lembrou os grandes heróis das finais de futebol tradicional. A vitória garantiu à equipe a vaga na Kings Cup America, torneio continental que reunirá os campeões do Brasil e do México em 21 de novembro.

Uma final entre mundos colidindo

A final não foi apenas um jogo. Foi um espetáculo de culturas: de um lado, a Furia, com sua mistura de astro global e influenciadores digitais; do outro, a G3X, marca consolidada no universo do streaming, liderada por Alexandre "Gaules" Borba e Kelvin Oliveira. A tensão começou antes da bola rolar. A G3X reclamou do cronograma: enquanto sua semifinal foi disputada às 18h, a Furia jogou às 20h, o que gerou acusações de que teria havido pressão direta sobre Gerard Piqué, fundador da liga, para adiar o jogo. Piqué, que não estava presente, não comentou. Mas a polêmica ficou no ar — e alimentou o clima de guerra entre as torcidas.

Herói de camisa 33

Se os gols do tempo normal foram distribuídos entre Leleti, Rafael Tambinha (duas vezes) e Cris Guedes — que converteu o pênalti reservado aos presidentes —, foi no silêncio dos shootouts que o verdadeiro herói surgiu. Victão, camisa 33, não só defendeu os pênaltis de Gaules, TH Brito e Kelvin Oliveira, como fez isso com calma, quase desdenhando a pressão. "O Vitão é sensacional. O que esse cara trabalha. Ele sofreu desde o primeiro mundial. A mãe dele passou mal e ele não pode vir. Perdeu jogo, perdeu a titularidade. Ele esperou o momento dele. Mas a Furia é isso aí", disse Cris Guedes após o apito final. A emoção foi tanta que, mesmo sem estar no estádio, Neymar Jr. — que se preparava para o clássico Santos x Palmeiras no sábado — acompanhou tudo pelo celular e gritou junto com os jogadores: "Valeu, Juninho!" — uma referência ao ex-jogador Juninho Pernambucano, ícone do Santos e símbolo de superação.

Do primeiro título ao segundo: uma trajetória de ferro

Esta não foi a primeira vez que a Furia conquistou a Kings League Brasil. Em maio de 2025, já havia vencido o primeiro split da competição, ao derrotar o Dendele FC por 2 a 1 nos shootouts, no Allianz Parque, com gols de Lipão e Murillo Donato. Na campanha de novembro, a equipe foi praticamente imbatível: 10 vitórias e apenas uma derrota — nos shootouts, na fase de classificação. Na semifinal, superou o Loud SC, time do streamer Felipe "Coringa" Noronha, por 7 a 6 após tempo extra, com Lipão, camisa 10, marcando três gols. Enquanto isso, a G3X chegou à final como sétimo colocado na fase de classificação, superando adversários mais fortes por pura tenacidade e um estilo de jogo caótico, mas eficaz.

Para frente: a Kings Cup America se aproxima

Agora, a Furia aguarda o vencedor da etapa mexicana da Kings League, cujo Final Four será disputado em El Domo, na Cidade do México, no domingo, 16 de novembro de 2025. Os confrontos são: Los Chamos FC x Atlético Parceros FC e Peluche Caligari x Raniza FC. O campeão mexicano enfrentará a Furia em 21 de novembro, também na Cidade do México, em uma final que promete ser o maior evento da história da liga até aqui. A Kings League, criada por Piqué após sua aposentadoria, já superou as expectativas: combina futebol, entretenimento e redes sociais de forma inédita, com cartas especiais, pênaltis de ouro e regras que desafiam a lógica tradicional — e isso atrai milhões de espectadores, principalmente jovens.

Além do jogo: o poder da nova geração

O que torna a Kings League tão poderosa não é só o futebol. É a fusão entre celebridades, streamers, influenciadores e fãs que se sentem parte do jogo. A Furia não tem apenas Neymar — tem uma comunidade. Cris Guedes, que também é produtora de conteúdo, entende isso melhor que ninguém: "Nós não jogamos para o público. Nós jogamos com o público." A G3X, por sua vez, representa o poder das marcas digitais: Gaules, com mais de 10 milhões de seguidores no YouTube, e Kelvin Oliveira, que transformou o esporte digital em negócio, viram sua equipe se tornar um fenômeno de engajamento. Afinal, quem disse que o esporte precisa ser só de atletas profissionais?