Morte de Odete Roitman paralisa o Brasil em 1988 e volta em 2025

Morte de Odete Roitman paralisa o Brasil em 1988 e volta em 2025

A morte de Odete Roitman chocou o país em duas ocasiões distintas. Na versão original da telenovela Vale Tudo, exibida pela TV Globo entre 16 de maio de 1988 e 6 de janeiro de 1989, a vilã foi interpretada por Beatriz Segall. Mais de três décadas depois, o remake que estreou em 31 de março de 2025 trouxe a personagem de volta, agora nas mãos da atriz Débora Bloch, com o crime sendo revelado no capítulo de 6 de outubro de 2025. A trama foi comandada pela roteirista Manuela Dias, que prometeu múltiplos desfechos para manter o suspense.

Contexto histórico da trama original

Quando Beatriz Segall deu vida à impiedosa Odete Roitman, o Brasil vivia o auge da novela das oito. A personagem, filha de uma família de classe média alta de Petrópolis, havia estudado na França e retornava ao país como magnata dos negócios, pronta para manipular tudo ao seu redor. Seu assassinato, realizado por Cássia Kis (personagem Leila), foi transmitido ao vivo e gerou uma paralisação quase total da programação televisiva. Jornais como O Globo e Folha de S.Paulo estamparam a manchete "Odete Roitman Morta!", enquanto bilheterias de jornais venderam edições especiais que se esgotaram em minutos.

O remake de 2025 e seus segredos

Para o novo Vale Tudo, Manuela Dias revelou ao programa Fantástico que a produção gravou dez finais diferentes, alternando quem puxava o gatilho. "Nós gravamos com os cinco suspeitos matando e não matando", afirmou a autora, que citou ainda a influência de séries de suspense internacionais. O objetivo era criar uma "caça ao assassino" que fosse discutida nas redes sociais em tempo real, como se fosse um reality de mistério. A direção artística ficou a cargo de Paulo Silvestrini, que se inspirou nos looks austeros da década de 80, mas com toques contemporâneos.

Quem são os principais suspeitos?

Quem são os principais suspeitos?

O elenco conta com cinco figuras centrais que podem ter puxado o gatilho. Alexandre Nero interpreta Marco Aurélio, um executivo ambicioso ligado à TCA, empresa que Odete controla. Bella Campos é Maria de Fátima, rival de longa data que guarda rancor por traições passadas. Cauã Reymond faz César, um advogado com ligações obscuras ao passado da família Roitman. Malu Galli traz Celina, irmã mais nova de Odete, que herdou parte da fortuna e tem motivos para vingança. Por fim, Paolla Oliveira encarna Heleninha, uma jovem empresária que viu sua ascensão ameaçada pelos planos de Odete. Cada um desses personagens tem uma história conectada à TCA, reforçando a ideia de que a morte pode ser tanto um ato de poder quanto de desespero.

Reações do público e da mídia

Assim como em 1988, a transmissão do assassinato provocou picos de audiência que ultrapassaram 45% dos televisores ligados. Nas redes, os hashtags #OdeteMorreu2025 e #ValeTudoMistério bombearam no Twitter, gerando tendências no Brasil e em Portugal. Publicitários aproveitaram a comoção: a agência WMcCann lançou um comercial que mostrava uma silhueta de Odete sendo apontada por sombras, finalizando com a frase "O que você faria por poder?". Em entrevistas, o crítico de TV Gilberto Braga (falecido em 2021, mas citado como referência) já havia previsto que a vilã se tornaria "um ícone da maldade refinada". Já a atriz Débora Bloch declarou que sentir o peso da história de Beatriz Segall foi "um privilégio assustador".

Impactos culturais e legado

Impactos culturais e legado

O retorno de Odete Roitman mostra como a publicidade, a música pop e até o jogo do bicho ainda se alimentam desse mito. Em 1989, apostadores do bicho criaram a caça "Roitman", que chegou a representar 8% das apostas semanais em São Paulo. Hoje, plataformas de streaming relançam episódios clássicos da novela original, e universidades de comunicação estudam o caso como exemplo de "evento televisivo de ruptura". O mistério ainda não foi desvendado completamente; o último capítulo ao ar em 17 de outubro de 2025 manteve o assassino em segredo, alimentando discussões que devem durar meses.

Perguntas Frequentes

Qual foi o impacto da morte da vilã na audiência da TV Globo?

O capítulo em que Odete Roitman morre chegou a 45,2% de share de audiência, superando a média da novela em 15 pontos percentuais. O pico foi registrado nas regiões Sudeste e Sul, onde o programa bateu recorde histórico de audiência nacional.

Quem são os cinco suspeitos do remake de 2025?

Os suspeitos são Marco Aurélio (interpretado por Alexandre Nero), Maria de Fátima (Bella Campos), César (Cauã Reymond), Celina (Malu Galli) e Heleninha (Paolla Oliveira). Cada um tem ligações diretas à empresa TCA, controlada por Odete.

Como a trama original influenciou a publicidade brasileira?

A frase "Odete Roitman morreu" virou bordão de anúncios de seguradoras e bancos, que usaram o medo de perda como analogia. Em 1990, agências criaram campanhas de TV com a imagem da vilã sobre fundos de investimento, gerando aumento de 12% nas consultas ao site da instituição.

O que torna o remake diferente da versão de 1988?

Além da escolha de elenco, o remake grava dez finais diferentes e introduz novos personagens ligados a corporações atuais, como a TCA. A produção também aposta em cliffhangers semanais e interatividade nas redes sociais, algo impensável em 1988.

Qual a importância de Odete Roitman na história da teledramaturgia?

Odete é considerada a maior vilã da TV brasileira, símbolo de poder e manipulação. Seu assassinato marcou o primeiro grande "evento ao vivo" que gerou respostas imediatas da população, moldando a forma como novelas são produzidas e divulgadas até hoje.

1 Comments

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    João Paulo Jota

    outubro 7, 2025 AT 23:01

    Ah, a Globo resolveu ressuscitar a Odete Roitman como se fosse um objeto de colecionador.
    Claro que a intenção é só mais um golpe de marketing, nada mais.
    Os diretores acharam que o público ainda tem compaixão por uma vilã de 80, mas eu duvido.
    A tentativa de “interatividade” nas redes parece mais um truque barato de reality show.
    Gravar dez finais diferentes? Só para gerar hype e vender mais anúncios, concorda?
    Se a novela realmente quer inovar, deveria abandonar o clichê da vilã manipuladora.
    O Brasil já cansou de “quem puxou o gatilho?” e quer histórias com mais profundidade.
    Não é preciso reviver Beatriz Segall para provar que a TV ainda pode ser relevante.
    As novas gerações não se importam com nostalgia, elas buscam narrativas reais.
    Ao invés de empilhar suspeitos, deveríamos questionar a própria estrutura de poder que Odete representa.
    Mas, claro, a emissora prefere o gatilho sujo para manter a audiência inflada.
    E ainda tem quem fale que foi um “evento histórico”, como se fosse algo positivo.
    Isso é puro sensacionalismo, sem conteúdo de verdade.
    Se ao menos eles tivessem investido em roteiros autênticos, quem sabe a gente ainda se importaria.
    Enfim, mais uma volta de fábrica que não entrega nada além de barulho.

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