O rapper Oruam, cuja verdadeira identidade é frequentemente associada ao nome do seu pai, Marcinho da VP, um notório líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), viveu um momento de grande tensão em terras europeias. No último domingo, dia 23 de junho de 2024, Oruam foi impedido pela polícia local de realizar um show no Algarve, região turística de Portugal. A intervenção das forças de segurança provocou indignação no artista, que logo compartilhou um vídeo em suas redes sociais, onde desabafou sobre a situação. O rapper se questionou: 'Impedido de fazer meu show pela polícia. Será por que eles me odeiam?'. Este episódio marca a segunda vez que Oruam enfrenta problemas com a polícia em Portugal, sendo que o primeiro registro similar ocorreu em março deste mesmo ano.
Marcinho da VP, pai de Oruam, é uma figura conhecida no mundo do crime, comandando uma das maiores facções criminosas do Brasil, o PCC. Embora o rapper procure manter suas atividades artísticas afastadas das ações ilícitas do pai, a sombra do passado familiar parece perpetuar desafios em sua carreira. No vídeo postado, é possível ver a forte presença policial no local do evento, o que levou a um sentimento de revolta não apenas no artista, mas também em seus fãs, que aguardavam ansiosos pela apresentação.
Após o constrangedor incidente, Oruam decidiu seguir para Paris, França. O rapper ainda não divulgou se pretende continuar sua agenda de shows prevista para a Europa ou se fará algum ajuste devido aos acontecimentos recentes. Este tipo de contratempo não apenas impacta emocionalmente o artista, mas também demonstra a complexa relação entre o mundo da música e as entidades de segurança, especialmente quando há um histórico envolvendo figuras controversas.
A carreira de Oruam, desde seu início, sempre foi marcada pela tentativa de superação do estigma associado ao seu sobrenome. O jovem artista, que tem ganhado destaque tanto no Brasil quanto internacionalmente, busca por meio de sua música transmitir uma mensagem de resistência e superação. No entanto, os eventos recentes em Portugal indicam que a estrada para o sucesso está longe de ser livre de obstáculos.
Vale lembrar que, em março, a primeira vez que Oruam teve um problema com a polícia portuguesa, houve uma abordagem parecida durante outra tentativa de show. Na ocasião, as autoridades justificaram a ação alegando questões de segurança pública e possível ligação do rapper com atividades delituosas, embora nada tenha sido comprovado até o momento. Esses episódios despertam um debate sobre até que ponto a associação familiar pode influenciar negativamente a trajetória de alguém que tenta trilhar um caminho independente.
Por outro lado, há também quem defenda a atuação preventiva da polícia, especialmente em um país que valoriza a segurança e tranquilidade de seus cidadãos e turistas. Contudo, é incontestável que tais intervenções trazem à tona questionamentos sobre preconceito e perseguição, principalmente quando analisamos o clima tenso e polarizado que cerca questões de segurança e justiça.
O mundo da música sempre esteve permeado por figuras polêmicas que encontraram na arte uma forma de expressão e de luta contra seus próprios demônios internos e aqueles impostos pela sociedade. Oruam não difere dessa narrativa, sendo um exemplo moderno de como o contexto familiar e pessoal pode influenciar a recepção do público e das autoridades.
Enquanto isso, fãs de Oruam continuam a mostrar apoio nas redes sociais, pedindo por mais respeito ao artista e sua arte. Muitos acreditam que o talento e a dedicação do rapper devem ser os elementos centrais a serem considerados, e não o histórico de seu pai. Essa demonstração de solidariedade é um reflexo de um público que acredita na separação entre vida pessoal e carreira artística, sustentando o direito de Oruam seguir seu caminho sem ser constantemente julgado pelo passado de sua família.
O futuro de Oruam em sua jornada internacional ainda é incerto. Aguardamos para ver como ele irá reagir aos eventos recentes e quais serão suas próximas movimentações. De qualquer forma, é evidente que o incidente em Portugal servirá de exemplo e reflexão para artistas e autoridades ao redor do mundo sobre a complexidade de se equilibrar justiça, segurança e liberdade de expressão artística.