Se você já ouviu falar de Paulo Freire, sabe que ele não foi só mais um professor. Ele mudou a maneira como a gente pensa sobre ensino e aprendizagem. Nas décadas de 60 e 70, ele propôs um método que coloca o estudante no centro da discussão, ao invés de ser só quem recebe informações.
Paulo Freire nasceu em 1921, numa família pobre de Minas Gerais. Desde jovem percebeu que a falta de acesso à educação mantinha as pessoas em situação de vulnerabilidade. Depois de estudar na Universidade de Recife, ele trabalhou como professor em escolas de alfabetização de adultos. Foi nessa experiência que ele criou a chamada "pedagogia do oprimido", um jeito de ensinar que respeita a realidade do estudante.
O ponto central da sua proposta era a conscientização: fazer o aluno perceber as causas dos seus problemas e, a partir daí, buscar soluções. Em vez de usar o ensino bancário – onde o professor deposita o conteúdo na cabeça do aluno – Freire defendia o diálogo aberto, onde professor e aluno aprendem juntos.
Aplicar o método de Paulo Freire não requer mudar toda a escola da noite para o dia. Comece trazendo perguntas que façam sentido para a vida dos alunos. Por exemplo, ao estudar matemática, pergunte como eles podem usar números para organizar um salário ou dividir despesas de casa. Quando o tema tem relação com o cotidiano, o engajamento aumenta.
Outra prática é usar o problema-ponte. Em vez de explicar uma regra antes, apresente um problema real que os alunos precisam resolver. Eles vão buscar informação, discutir estratégias e, assim, construír conhecimento de forma ativa.
Freire também falava sobre a importância da educação crítica. Isso significa que, além do conteúdo, devemos incentivar o pensamento crítico sobre notícias, propaganda e decisões políticas. Pergunte: "Quem se beneficia com essa informação?" ou "Qual é a sua opinião sobre isso e por quê?".
Nas escolas que já adotam esse modelo, os professores costumam usar projetos interdisciplinares. Um grupo pode estudar a história do Brasil enquanto cria um pequeno documentário, outro pode analisar dados de clima e propor soluções para a comunidade. O professor orienta, mas não impõe respostas.
Para quem está começando, vale lembrar que o diálogo exige escuta. Ouvir o que o aluno tem a dizer, mesmo que pareça fora do assunto, abre portas para conexões inesperadas. Essa prática também ajuda a reduzir a evasão escolar, porque o estudante sente que sua voz tem valor.
Por fim, a tecnologia pode ser aliada. Plataformas colaborativas, fóruns e vídeos curtos permitem que o debate continue fora da sala de aula. Mas a regra continua a mesma: o foco é na participação ativa, não na simples transmissão de conteúdo.
Paulo Freire mostrou que ensinar é muito mais do que passar informação – é abrir espaço para que as pessoas transformem sua realidade. Todo mundo pode usar essas ideias, seja no ensino formal, em projetos comunitários ou até no treinamento de equipes de trabalho. Experimente colocar a conversa no centro da sua prática e veja a diferença.
Os Correios do Brasil lançaram um selo comemorativo em homenagem ao renomado educador Paulo Freire. A iniciativa visa celebrar suas contribuições significativas para a educação e seu legado duradouro. Com tiragem de 96 mil unidades, o selo está disponível em principais agências de correio e online por R$ 2,55. O design destaca a importância de Freire nos círculos educacionais nacionais e internacionais.