Quando a gente fala de penitenciária, a primeira coisa que vem à cabeça costuma ser a imagem de um bloco de concreto com grades. Mas o assunto vai além disso. O sistema prisional brasileiro tem regras, programas e problemas que afetam quem está dentro e quem está fora da prisão.
As penitenciárias são divididas em regimes diferentes: fechado, semi‑aberto e aberto. No regime fechado, a liberdade de movimento é quase nula; o detento só sai para visitas ou trabalho externo com autorização. No semi‑aberto, há mais flexibilidade para atividades externas, como trabalhos agrícolas ou industriais. No aberto, o preso costuma voltar para casa diariamente e cumpre a pena em regime de semiliberdade.
A classificação do regime depende de critérios como a gravidade do crime, o comportamento dentro da prisão e a avaliação de risco. O objetivo é adaptar a punição ao perfil do indivíduo, tentando reduzir a reincidência.
Um dos maiores problemas das penitenciárias brasileiras é a superlotação. Muitas unidades recebem mais presos do que a capacidade projetada, o que gera violência, falta de higiene e dificuldade de oferecer programas de ressocialização.
Para melhorar a situação, o Governo tem investido em projetos de reabilitação: cursos profissionalizantes, terapia psicológica e programas de educação básica. A ideia é dar ao preso ferramentas para viver fora da prisão sem voltar ao crime.
Outro ponto crítico é a segurança. Guardas bem treinados e tecnologia de monitoramento ajudam a prevenir fugas e brigas. Contudo, a falta de recursos e a corrupção ainda atrapalham o controle efetivo.
Nos últimos anos, houve mudanças nas leis que impactam a penitenciária. A Lei de Execução Penal passou a priorizar medidas alternativas, como prestação de serviços à comunidade, para crimes de menor potencial ofensivo. Essa medida procura aliviar a superlotação e oferecer uma pena que faça mais sentido para o infrator.
Além disso, o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP) tem divulgado relatórios indicando a necessidade de ampliar a rede de unidades semi‑abertas, que são mais baratas de manter e facilitam a reintegração social.
Se você tem família ou amigos dentro do sistema, pode acompanhar o andamento da pena pela página do Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN). Eles disponibilizam informações sobre a situação do detento, a unidade em que está e o regime que cumpre.
Em resumo, a penitenciária no Brasil não é só um “carão” de cimento. Existem diferentes regimes, programas de reabilitação e constantes discussões para melhorar a segurança e reduzir a reincidência. Entender como tudo isso funciona ajuda a acompanhar as mudanças e a cobrar um sistema mais justo e eficiente.
O assassino confesso de Marielle Franco, Ronnie Lessa, foi transferido para a Penitenciária de Tremembé em SP. A decisão, autorizada pelo STF, gerou polêmica por questões de segurança e adequação da unidade para receber Lessa.