Se você curte um filme que mexe com a gente, já deve ter cruzado com o nome Walter Salles. Ele começou na década de 80, mas foi nos anos 90 que virou referência com Central do Brasil. O filme ganhou Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e colocou o Brasil nos holofotes internacionais.
O que faz a obra de Salles ser tão especial? Primeiro, a escolha de personagens simples que vivem situações intensas. Ele transforma o cotidiano em algo épico, sem precisar de efeitos caros. A gente sente o calor das ruas, a luz do sol nas estradas e a solidão dos viajantes. Essa realidade crua, mas poética, prende a atenção do público.
Central do Brasil (1998) – a jornada de Josué (Vinícius de Oliveira) e Dora (Fernanda Montenegro) pelo interior do país é um marco da narrativa brasileira.
Diários de Motocicleta (2004) – a viagem de Che Guevara pela América do Sul, contada com imagens de estrada e reflexões políticas.
Linhas de Wellington (2012) – mistura de ficção e realidade, mostrando a vida de soldados em tempos de guerra.
Amazônia: O Coração do Mundo (2024) – documentário que revela a importância da floresta e os desafios atuais.
Esses são só alguns; cada filme tem uma pegada diferente, mas todos carregam a assinatura de Salles: olhar atento, ritmo pausado e emoção genuína.
Primeiro, ele oferece uma janela para o Brasil que vai além dos clichês de samba e carnaval. Você vê pequenas cidades, estradas poeirentas e rostos que contam histórias reais. Segundo, o diretor sabe usar o silêncio como ferramenta – às vezes, o que não é dito fala mais que o diálogo.
Além disso, os prêmios não mentem. Salles ganhou Festival de Cannes, BAFTA, Globos de Ouro e foi indicado ao Oscar várias vezes. Quando uma obra coleciona esses reconhecimentos, vale a pena conferir.
Se ainda não assistiu, comece por Central do Brasil. É fácil de encontrar em plataformas de streaming brasileiras e ainda tem versões legendadas. Depois, siga a ordem cronológica para sentir a evolução do estilo.
Outro ponto: Salles tem influenciado uma nova geração de diretores. Jovens cineastas falam que ele mostrou que é possível fazer cinema profundo sem grandes orçamentos. Essa herança cria um ciclo de criatividade que beneficia todo o setor.
Para quem gosta de analisar, vale observar a trilha sonora. Ele costuma escolher músicas locais que reforçam a atmosfera da cena. Essa atenção aos detalhes eleva o filme de bom para memorável.
Ao final, assistir a Walter Salles não é só entretenimento, é uma experiência cultural. Ele nos faz pensar sobre identidade, memória e o que significa viajar – tanto fisicamente quanto emocionalmente.
Então, que tal colocar um dos seus filmes na lista de hoje? Pegue a pipoca, abra a mente e deixe o diretor levar você para dentro da Brasil que poucos conhecem.
O filme brasileiro 'Ainda Estou Aqui', dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello, enfrenta boicote de perfis de direita nas redes sociais. A produção, que retrata a luta de Eunice Paiva durante a ditadura militar no Brasil, é um sucesso nacional e internacional. Já arrecadou mais de R$ 1 milhão no primeiro dia e foi indicado ao Oscar 2025.