Com um drible de 0,4 segundos, Andrew Wiggins transformou um passe aéreo em lenda. Na noite de segunda-feira, 10 de novembro de 2025, às 20h UTC, o Miami Heat derrotou o Cleveland Cavaliers por 140-138 em prorrogação no Kaseya Center, em Miami, com um alley-oop que deixou a torcida em êxtase. O canadense, de 30 anos, recebeu o passe de Nikola Jovic após desmarcar de De'Andre Hunter — e o resto? Foi pura emoção, o tipo de momento que a NBA guarda para sempre.
Uma revanche escrita no sangue da prorrogação
Esta não era só mais uma vitória. Era a redenção. Há menos de sete meses, os Cavaliers varreram o Heat na primeira rodada dos playoffs com uma margem histórica de 122 pontos no total — incluindo uma vitória por 138-83 em Game 4, a mais humilhante da história dos playoffs da NBA. Naquela série, o Miami Heat parecia desmoronar. Agora, sem Bam Adebayo, seu pivô estrela, e diante da mesma equipe que os esmagou, eles não apenas resistiram — dominaram até o último segundo.
Os números que não mentem
Norman Powell, o ala do Heat, foi o maior cestinha da noite com 33 pontos, incluindo 18 no primeiro tempo. Jaime Jaquez Jr., entrando do banco, fez 22 pontos, 13 rebotes e 7 assistências — um desempenho de líder. Kel'el Ware, o jovem centro de 21 anos, surpreendeu com 20 rebotes, quase metade deles defensivos, em um jogo onde os Cavaliers dominaram os rebotes ofensivos: 27 a 11. Isso mesmo: os visitantes conquistaram quase o dobro de rebotes ofensivos, mas falharam nos lances livres — e isso custou caro.
Do outro lado, Donovan Mitchell foi imbatível. 28 pontos, 15 rebotes, 8 assistências. Com 0,4 segundos no relógio da prorrogação, ele acertou um fadeaway de três pontos para empatar o jogo — o tipo de jogada que só os grandes fazem. Mas foi o erro de Evan Mobley em um lance livre que abriu a porta. O pivô de 24 anos, que tinha 21 pontos e 10 rebotes, errou o primeiro de dois lances. O Heat aproveitou. Jaquez empatou em seguida. E então, o jogo foi para o último suspiro.
A jogada que mudou tudo
Com 1,2 segundo no relógio, o Heat tinha uma última chance. Nikola Jovic, o jovem sérvio de 21 anos, entrou em quadra com a bola. Não hesitou. Lançou por cima da defesa, em direção ao canto da cesta. Wiggins, que já havia feito 23 pontos até então, pulou como se o tempo tivesse parado. A bola tocou os dedos dele, e o aro balançou. O jogo acabou. O Kaseya Center explodiu. Os Cavaliers, que haviam vencido os últimos quatro confrontos diretos, caíram em silêncio.
“Foi como se o espírito da equipe tivesse virado de cabeça para baixo”, disse um torcedor no estádio, enquanto a música de comemoração ecoava. “Eles nos humilharam no ano passado. Hoje, nos devolveram o orgulho.”
Um recorde que não se repete
Com essa vitória, o Miami Heat chegou a 5-0 em casa na temporada 2025-2026 — apenas a terceira vez na história do clube que isso acontece. As outras duas? 2012-13, quando conquistaram o título da NBA, e 2019-20, quando chegaram às finais. O Heat não está apenas ganhando. Está construindo algo maior.
Os Cavaliers, por sua vez, caem para 7-5 no geral e 3-4 fora de casa. A derrota foi amarga, mas não surpreendente. A equipe ainda luta para equilibrar sua defesa e controlar o ritmo. Mesmo com Mitchell em forma, a falta de consistência nos lances livres — 18 de 25 na noite — foi fatal. E o fato de terem perdido por 2 pontos após dominar a partida por 101-92 no final do terceiro quarto? Isso dói.
O que vem a seguir?
Os dois times se enfrentarão mais duas vezes nesta temporada, em Cleveland e novamente em Miami. Mas o impacto desta vitória vai além do calendário. O Heat provou que pode vencer sem Adebayo. Que Jovic pode ser o cérebro da equipe. Que Wiggins, frequentemente subestimado, ainda tem gás para momentos decisivos. E que, mesmo diante de uma equipe que os esmagou no ano passado, o espírito não se quebrou — apenas se reinventou.
Enquanto isso, os Cavaliers precisam responder: será que a vitória histórica dos playoffs foi um sinal de superioridade, ou apenas uma nuvem passageira? A resposta pode vir em apenas 28 dias — quando a equipe de Cleveland voltar a Miami.
Frequently Asked Questions
Como o Miami Heat venceu sem Bam Adebayo?
O Heat compensou a ausência de Adebayo com uma atuação coletiva. Kel'el Ware, com 20 rebotes, e Jaime Jaquez Jr., com 13 rebotes e 7 assistências, assumiram o papel de liderança na pintura. A defesa foi mais agressiva, forçando 10 turnovers e limitando os lances livres decisivos dos Cavaliers. A chave foi a mobilidade e o jogo de perna — algo que Adebayo não fazia sozinho, mas que o time inteiro executou com precisão.
Por que o erro de Evan Mobley no lance livre foi tão crucial?
Mobley errou o primeiro de dois lances livres com 12 segundos na prorrogação, quando o placar estava 138-137 a favor dos Cavaliers. Se ele tivesse convertido, o Heat teria que acertar um triple para empatar. Em vez disso, o erro permitiu que Jaime Jaquez empatasse com um movimento de giro, levando o jogo para o último lance. Na NBA, um único erro em lances livres pode decidir partidas — e nesse caso, foi o que abriu a porta para a vitória do Heat.
Qual foi o impacto da atuação de Nikola Jovic?
Jovic, de apenas 21 anos, assumiu o papel de armador titular em ausência de Kyle Lowry. Ele não apenas passou o passe decisivo para Wiggins — fez 11 assistências no total, com apenas 2 erros. Sua calma sob pressão, especialmente nos minutos finais, foi comparada à de Mario Hezonja em 2016. Ele é o futuro do Heat, e esta noite foi seu anúncio oficial ao mundo.
O que essa vitória significa para o Miami Heat na temporada?
É uma confirmação de que o Heat pode ser um candidato real ao título mesmo sem seu pivô estrela. A equipe demonstrou profundidade, versatilidade e resiliência. Com 5-0 em casa, eles estão no melhor começo de temporada desde 2012-13 — o ano do bicampeonato. Se mantiverem esse ritmo, a equipe pode chegar às finais da Conferência Leste sem precisar de Adebayo em 100% de sua forma.
Por que os Cavaliers ainda não conseguiram superar o trauma da série anterior?
A derrota de 2025 foi tão esmagadora que criou uma pressão psicológica. Os Cavaliers entraram nesta partida como favoritos, mas a pressão de manter a superioridade os levou a erros de decisão. Mitchell fez tudo bem, mas a equipe não conseguiu manter o foco defensivo nos minutos finais. O histórico de humilhação ainda pesa — e o Heat, por sua vez, jogou como se tivesse algo a provar.
O que essa vitória muda na rivalidade entre Heat e Cavaliers?
Agora, a rivalidade tem um novo capítulo. O Heat não é mais a vítima — é o revolucionário. A vitória em casa, com um lance de 0,4 segundos, transformou a narrativa: não mais uma equipe que perdeu por 55 pontos, mas uma que se levantou e venceu por dois. Isso muda o equilíbrio mental da série. E quando os Cavaliers voltarem a Miami em dezembro, não haverá mais espaço para a arrogância — só para o respeito.