Quando Volodymyr Zelensky, Presidente da Ucrânia concedeu entrevista à Fox News na noite de 12 de outubro de 2025 (21h47 UTC), ele lançou um pedido direto ao Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, para que use a mesma pressão diplomática que, segundo o ucraniano, ajudou a selar o acordo de cessar-fogo em GazaOriente Médio e, assim, pressione o presidente russo Vladimir Putin a encerrar a guerra que devastou a Ucrânia desde 2022. O pedido surgiu num momento de intensificação de ataques russos nas regiões de Donetsk e Kherson, conforme dados do Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia.
O acordo de cessar-fogo em Gaza, anunciado em outubro de 2025, foi apresentado pelos porta-vozes da Casa Branca como um marco histórico depois de meses de bombardeios entre Israel e Hamas. Embora os detalhes exatos da assinatura não tenham sido amplamente divulgados, fontes da The Jerusalem Post confirmam que a mediação de Trump incluiu garantias de segurança para Israel e concessões de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza.
A iniciativa americana foi vista como um exercício de "soft power" que fortaleceu a percepção de que os EUA ainda podem influenciar conflitos regionais. Para Zelensky, esse sucesso no Oriente Médio abre precedentes possíveis para a Europa Oriental.
Durante a entrevista, Zelensky afirmou: "Parabenizo o presidente Trump porque vejo aqui um grande sucesso dos Estados Unidos e um sucesso pessoal dele na mediação. Isso nos dá sinal de esperança de que, com a mesma pressão que ele utilizou no Oriente Médio, possa pressionar o presidente Putin para parar a guerra na Ucrânia." O presidente ucraniano destacou ainda que, ao contrário do conflito israelense, a guerra na Ucrânia tem "escala maior" e envolve "um território muito mais extenso".
Ele lembrou ainda de uma ligação telefônica prévia com Trump, na qual o presidente americano reconheceu que a situação ucraniana era "mais difícil" por conta da extensão geográfica da Rússia.
Além da pressão diplomática, Zelensky enfatizou a necessidade de "defesas aéreas reais" e capacidades de ataque de longo alcance. "Falamos sobre Tomahawks e outras coisas. Agradecemos aos parceiros, mas não é suficiente", disse o líder ucraniano.
Ele também pediu sanções econômicas mais abrangentes, especificamente contra o setor energético da Rússia – que gera cerca de US$ 120 bilhões anuais em receitas de combustíveis fósseis – e contra o sistema bancário, para impedir que Moscou contorne as restrições já existentes.
Segundo reportagem da The Jerusalem Post, Zelensky acusou a Federação Russa de aproveitar a pausa diplomática no Oriente Médio para intensificar os bombardeios sobre território ucraniano. Embora não tenha especificado datas ou localidades precisas, o comunicado ucraniano apontou um aumento de "ataques mais feroces" entre 10 e 12 de outubro de 2025.
O relatório do Estado-Maior indica 477 ataques de artilharia russa nas províncias de Donetsk e Kherson no mesmo período, reforçando a percepção de que Moscou está tentando ganhar espaço antes de uma possível intervenção diplomática americana.
Se Trump decidir empregar as mesmas alavancas usadas no Oriente Médio – sanções financeiras, pressões sobre parceiros comerciais da Rússia e, possivelmente, ameaças de exclusão do sistema SWIFT – o impacto poderia ser imediato. Especialistas da Universidade de Harvard alertam que tal "pressão econômica coordenada" pode reduzir as receitas de energia da Rússia em até 30%, comprometendo sua capacidade de sustentar o esforço de guerra.
Por outro lado, analistas russos temem que um aumento de sanções possa levar Moscou a aprofundar sua cooperação com a China, intensificando o "reajuste de blocos" já observado desde 2022.
Até o momento, Trump não comentou publicamente o pedido de Zelensky. Fontes próximas à Casa Branca, contudo, indicam que o presidente está avaliando opções, inclusive a possibilidade de uma visita a Kiev no próximo trimestre para discutir diretamente com Zelensky e com líderes da OTAN.
Enquanto isso, a comunidade internacional acompanha atentamente a resposta russa. Se Moscou reagir com uma escalada maior, o risco de um confronto direto entre os EUA e a Rússia aumenta, algo que Washington tem evitado desde o início do conflito ucraniano.
Se Trump usar sanções econômicas semelhantes às aplicadas ao Irã e ao Hamas – como bloqueio de ativos, exclusão do SWIFT e limites à exportação de energia – a Rússia poderia perder até 30% de sua receita anual de petróleo, reduzindo recursos para o esforço de guerra e pressionando Putin a buscar um acordo.
Zelensky pediu instalações de defesa aérea de última geração, como sistemas Patriot ou SAMP/T, além de mísseis de cruzeiro de longo alcance, especificamente os Tomahawk, para poder atingir alvos estratégicos dentro da Rússia.
O sucesso da mediação de Trump em Gaza mostrou que a diplomacia americana ainda tem peso nas negociações de conflitos. Esse precedente reforçou a confiança de aliados, como a Ucrânia, de que Washington pode intervir efetivamente.
Uma resposta russa agressiva a sanções mais severas poderia levar a incidentes em zonas de patrulha da OTAN, como no Mar Báltico, ou a ataques cibernéticos de larga escala, aumentando a probabilidade de um conflito direto.
Fontes da Casa Branca sugerem que Trump planeja uma viagem à Kiev no segundo trimestre de 2026, mas a data ainda não foi confirmada oficialmente.
Luciano Silveira
outubro 13, 2025 AT 18:30Ótima análise, realmente a pressão diplomática pode mudar o jogo, vamos acompanhar! 😊