A Polícia Federal (PF) está investigando uma suposta tentativa de interferência nas investigações relacionadas ao golpe de 8 de janeiro, onde Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa, seria uma figura central nas articulações. O foco da investigação está voltado para um contato que Braga Netto teria feito com o general Mauro Lourena Cid logo após a liberação e colaboração de seu filho, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, com as autoridades.
De acordo com depoimentos, o contato de Braga Netto visava obter detalhes específicos da delação premiada de Mauro Cid. A preocupação residia em como as informações concedidas por Cid poderiam envolver Braga Netto em atividades criminosas relacionadas à tentativa de impedir a posse de Lula. Essa comunicação levantou suspeitas na PF sobre uma possível tentativa de obstrução de justiça.
Braga Netto já é acusado de coordenar o suporte financeiro para o golpe, sendo mencionado em depoimentos e investigações pelo seu suposto papel em angariar fundos oriundos do agronegócio, chegando a entregar dinheiro em uma bolsa de vinho para membros da trama. Esses recursos teriam sido destinados a financiar as atividades golpistas, demonstrando o nível de comprometimento de Braga Netto com o plano.
A prisão de Braga Netto destaca sua posição central no esquema, tornando-o um símbolo das ligações entre autoridades da era Bolsonaro e o movimento golpista. O aprofundamento das investigações pela PF mantém em foco os potenciais desdobramentos legais e políticos dessa articulação e evidencia o grau de envolvimento de antigos membros do governo em tentativas de subversão democrática.
A evolução desse caso é crucial para esclarecer a extensão da articulação dentre os apoiadores de Bolsonaro e as implicações legais para aqueles que tentaram impedir a transição de poder para Lula, ressaltando a importância de responsabilizar os envolvidos e preservar a democracia vigente no Brasil.